BEATRIZ COSTA:: Edição de 1977 agora disponível em todas as plataformas digitais

Beatriz Costa nasceu no concelho de Mafra a 14 de Dezembro de 1907. Viajou e actuou pelo mundo, marcou o século XX em Portugal. Viveu os últimos anos em Lisboa, até 15 de Abril de 1996, data em que viria a morrer aos 88 anos.

Valentim de Carvalho, Beatriz Costa,
"A Inesquecível Beatriz Costa" em edição digital - ®DR

 

Actriz de teatro, revista e cinema, tornou-se um ícone da cultura popular portuguesa, com memoráveis participações em filmes como “A canção de Lisboa” (1933) ou “A aldeia da roupa branca” (1939). Marcou o estilo da época com o seu característico look, que até lhe valeu a alcunha “Menina da Franja”.

Assinalando o aniversário do nascimento de Beatriz Costa, disponibilizamos nas plataformas digitais uma edição de 1977: “A Inesquecível Beatriz Costa”. São 12 temas que incluem os clássicos “Grande Marcha de Lisboa”, “O Balãozinho” ou ainda “Marcha de São Vicente”.

Valentim de Carvalho, Beatriz Costa,
Folheto promocional de 1977- Arquivos da Valentim de Carvalho – ®DR

Recuperado do arquivo da Valentim de Carvalho fica a transcrição de uma nota à imprensa de 1977, que acompanhou a edição original de “A Inesquecível Beatriz Costa”.

«Beatriz Costa fala por si e felizmente na linguagem dos eleitos, a única que desafia épocas, estilos e modas, o talento. Um talento tão grande que ainda hoje não foi substituído no teatro português, uma força da natureza, esta mulher azougada que é a legenda viva, vivíssima, do nosso teatro ligeiro. Os documentos que fez no ecran são ainda a mais saborosa retrospectiva que se faz do cinema português dos tempos gloriosos em que se trabalhava por amor à arte, com a vantagem, justiça se faça, de poder dispor de talentos como parece não ter voltado a haver para nosso mal. Do teatro, só a recordação, na memória de alguns privilegiados que gozaram esses momentos em que diariamente esta grande actriz representava, esbanjando talento, números que só ela era capaz de criar. De alguns, a parte cantada das rábulas, está aqui, depois de carinhosa e respeitosamente ‘tratada’ pela técnica, que conseguiu extrair, de discos usados, com mais de 40 anos (daí os defeitos que a reprodução acusa que de modo nenhum se sobrepõem ao enorme interesse documental do disco), o clima musical e manter a força telúrica da voz mais indicada para cantar músicas populares. Ninguém voltará a cantar como ela as marchas dos bairros de Lisboa. Ela é a voz que com a autenticidade requerida pela canção rústica canta música urbana. Perfeita simbiose do que é a música de um povo que com ela se identifica verdadeiramente, do campo à cidade, ultrapassando as fronteiras que os puristas entendem estabelecer entre o que devem ser, ou são, segundo eles, as músicas que só podem ser entendidas por camadas distintas de público. Beatriz Costa ignorando essas normas pragmáticas estabelecidas por alguns, deu a todos o enorme prazer de com ela comungar da alegria de cantar para dar felicidade a quem a escuta.»

ALINHAMENTO DO DISCO
1. Grande Marcha de Lisboa
2. A Saloia da Malveira – Da Revista “O Cavaquinho”
3. Fado do 17 – Da Revista “Arre Burro”
4. Marcha de Alfama
5. Marcha de São Vicente
6. O Balãozinho
7. Marcha da Mouraria
8. Cachopa – Da Revista “O Cavaquinho”
9. Marcha do Benfica 1
10. Arre Burro – Da Revista “Arre Burro”
11. O Vinho É Foguete
12. Marcha de Benfica 2