Centro de Portugal minimiza perdas impostas pela Pandemia

Oferta de serviços de excelência, produtos endógenos, território único e empresários dinâmicos, são a chave do sucesso no Centro de Portugal mesmo em tempo de Pandemia.

Centro de Portugal
Centro de Portugal minimiza perdas impostas pela Pandemia - ©Armando Saldanha (Aldrabiscas)

No âmbito das Comemorações do Dia Mundial do Turismo Pedro Machado, Presidente do Turismo Centro de Portugal, serviu de guia a Maria do Céu Antunes, Ministra de Agricultura, na visita a três icónicas aldeias do Centro de Portugal dando assim ênfase à importância da simbiose entre o setor primário e o turismo para o desenvolvimento dos territórios, mesmo em tempo de Pandemia.

A aldeia de montanha, Lapa dos Dinheiros, perdida nas entranhas da Serra da Estrela, foi o ponto de encontro para um passeio por outros locais de beleza singular e de grande oferta quer turística quer na produção de produtos endógenos e de raças autóctones da região.

A Casas da Lapas, onde nos foi servido um pequeno almoço regional, revelou-se-nos uma unidade hoteleira com um misto de requinte e modernidade, perfeitamente inserida no meio ambiente que a circunda e que não renega as tradições da montanha que a abriga.

Para Maria do Céu Antunes, este alojamento, com as condições e nível de serviços que proporciona, podia estar em qualquer outro lugar do mundo, mas seguramente seria diferente pois há “detalhes e pormenores” típicos e únicos a evidenciarem o genuíno da região que não seria possível noutro lugar do globo. Fazem a diferença, por exemplo, todos os produtos servidos ao pequeno almoço, desde os ovos, ao queijo, às compotas e mesmo o sumo de melancia, que são produzidos na região, detentores de sabores ímpares.

Relativamente ao Turismo e à oferta hoteleira da região centro, Pedro Machado, acredita ser este o caminho certo. A manutenção dos preços praticados, justificam-se pela cada vez maior qualidade do serviço oferecido, mas também pela necessidade de se manter os postos de trabalho. “Fui daqueles que disse objetivamente que não se deveriam baixar preços neste processo. As perdas irrecuperáveis nos meses de março abril maio junho o “sangue” que muitas destas empresas, destes empresários derramaram nestes meses não é compatível com baixar o preço, a partir do momento em que se faz alguma retoma. Por isso acredito que há sempre a coação, mas ainda assim hoje o preço médio em Portugal está dentro dos parâmetros e nalguns casos abaixo do nível de qualidade do serviço” sublinhou o presidente do Turismo Centro.

A visita prosseguiu pela aldeia de montanha de Loriga e pela sua famosa praia fluvial, em direção à Aldeia Histórica de Linhares da Beira, onde no restaurante Cova da Loba, foi servido o almoço de encerramento do evento, outro dos exemplos de perseverança e resiliência do seu proprietário.  

Em jeito de conclusão, Pedro Machado, referiu-nos que os “Indicadores que temos neste momento são francamente positivos dentro da contingência de termos atravessado um período de perdas comparativamente com o ano 2019”. O Presidente do Turismo do Centro realça o facto de o Centro conseguir ‘almofadar’ as perdas conseguindo com “exemplos como este onde estamos, na Cova do Loba em Linhares, ou em Trancoso, Marialva e muitos outros exemplos onde objetivamente o comportamento do mercado em 2020 foi muito superior ao comportamento de 2019” o que deixa antever, até final do ano, “um conjunto significativo da manutenção deste volume  da procura de mercado nacional e esperamos nós, ainda que posamos consolidar algum mercado externo”.

Segundo o Presidente do Turismo do Centro “este julho e este agosto de 2020, ultrapassaram todos os valores, todos os indicadores, nalguns casos, da última década. Por isso abre-se aqui uma janela de oportunidades para no final do exercício de 2020 podermos perspetivar, para já, a manutenção deste volume de procura nacional”, uma procura a que está muito associado o turismo de espaço rural, o turismo de habitação, os hotéis de aldeia, muitos dos alojamentos e restaurantes, disseminados por estes territórios. Por estes motivos se espera que, nestes territórios possa haver “um comportamento no final do ano igual ou superior ao que tivemos em 2019, nunca sendo por si só suficientes para contrabalançar as perdas acumuladas no exercício de 2020 no seu todo.” Em jeito de balanço, Pedro Machado conclui que este “é um otimismo muito reservado atendendo a que aquilo que procuramos é que, no fundo, o exercício de 2020 possa ter o minino de perdas, comparativamente com 2019”.

 

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