A cultura portuguesa fica mais pobre com a morte de Carlos do Carmo. Carlos do Carmo de Ascensão Almeida nasceu em 21 de dezembro de 1939, em Lisboa. Carlos do Carmo era filho da fadista Lucília do Carmo e do livreiro Alfredo Almeida, proprietários da casa de fados “O Faia”, onde começou a cantar, até iniciar a carreira artística em 1964.
O fadista, em 2014, foi vencedor do Grammy Latino de Carreira. Carlos do Carmo despediu-se dos palcos a 9 de novembro de 2019, com um concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, onde foi agraciado com a Medalha de Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, pelo seu “inestimável contributo” para a música portuguesa.
Segundo a Enciclopédia da Música Portuguesa no Século XX , Carlos do Carmo é considerado “um dos maiores referenciais” no fado.
“As transformações que Carlos do Carmo operou [no fado] foram influenciadas pelos seus gostos musicais que incluíram referências externas”.
Com trabalhos como o álbum “Um Homem na Cidade” (1977), Carlos do Carmo é apontado, pela Enciclopédia, como o “representante máximo do chamado ‘fado novo’” devido às inovações musicais” que acentuou desde a década de 1970.
O fadista foi um dos principais embaixadores da Candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade, tendo desempenhado, segundo o júri do Prémio Vasco Graça Moura de Cidadania Cultural, ” um papel fundamental na divulgação dos maiores poetas portugueses”.
Ao longo de um percurso artístico de 57 anos, foram várias as distinções que recebeu, tendo imortalizado canções como “Bairro Alto”, “Fado Penélope”, “Os Putos”, “Um Homem na Cidade”, “Uma Flor de Verde Pinho”, “Canoas do Tejo”, “Lisboa, Menina e Moça”.