Na primavera tudo se transforma e a Serra da Estrela não é exceção

Depois do taciturno e nostálgico inverno avança a primavera com cores brilhantes, a temperatura aquece a ‘alma’ e a Serra da Estrela cheira novamente a vida.

primavera na Serra da Estrela
Na primavera tudo se transforma e a Serra da Estrela não é exceção - ©Nuno Adriano

Na primavera tudo se transforma e a Serra da Estrela não é exceção

A primavera avança ao seu ritmo, o ritmo da natureza e não ao nosso, o qual ela nunca tolera. As cores brilhantes emergem do solo, a vida ganha-se conforme o sol se levanta e a temperatura aquece a ‘alma’ de toda esta flora incessante. Está na hora de rumarmos à natureza como ela é e ver, ouvir, cheirar e sentir o que é a primavera. Ficar em casa devia ser um crime punível por lei e, sinceramente, não sou pessoa de ficar à espera que a primavera prescreva.

O renascer de tudo

Logo de manhã, nas enseadas e encostas verdejantes da Serra da Estrela, as pétalas das flores abrem-se que nem painéis solares ao ritmo da batuta do sol. Aromas destemidos são impelidos para o ar. Cheira novamente a vida, depois do mórbido e nostálgico inverno, em que o clima severo e uma tal pandemia assanhada fizeram um complô eficaz, mas nunca eterno, para o bem da sanidade de todos nós.

Carregar baterias

Esta época do ano tem o condão de potenciar mudanças, de começos ou de fins de etapas. Sair do mundo da domesticação e viciação ou dependência dos meios informáticos e audiovisuais, da rotina prescrita pelos ecrãs, de um mundo tão limitado como quatro paredes que moldam um pensamento quadrado e o horário do viver. Há que viver mais do que isto, há que honrar as nossas origens como espécie animal de conquista para além do nosso próprio pensamento.

Campos minados de cor

Privado do meu trabalho a 100%, onde guiar e lidar com pessoas é visto, atualmente, como algo perigoso e quase proibitivo, percorro estes trilhos vazios de gente, mas alegres e minados de cores. De momento fui assaltado por um flash, uma síndrome trivial: não quereríamos neste momento ser elas? Estereótipos de uma beleza inconfundível, admiradas, livres, todas sem distanciamento e a conviver em banhos de sol intermináveis? Sortudas!…

No centro da ação

É nestes cenários que encontro o combustível aditivado e mais puro, para delinear os programas e as estratégias de desconfinamento para o sector do turismo de natureza que pratico. Rumar para estas paragens e caminhar nesta nossa montanha é estar no centro de toda a ação. Os relevos são impercetíveis perante a multiplicidade de cores que as diferentes espécies de flores ostentam, que tornam o trilho numa infinitude de sensações como a liberdade, a tranquilidade, a paz. Estes serão, sem dúvida, os maiores trunfos e segredos íntimos no futuro próximo. Duvidam?

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