Volta a Portugal : Frederico Figueiredo ganha a etapa mas Alejandro Marque matém a amarela

Alejandro Marque conseguiu manter a camisola amarela apesar do cerrado ataque de Amaro Antunes e Frederico Figueiredo

Alejandro Marque na Volta a Portugal
Volta a Portugal : Frederico Figueiredo ganha a etapa mas Alejandro Marque matém a amarela - ®DR

Um dia antes da 82ª Volta a Portugal Santander ter o Dia de Descanso na Guarda, a W52-FC Porto e a Efapel fizeram um ataque cerrado à liderança de Alejandro Marque e à sua camisola amarela. Este domingo foi complicado para a formação da Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel, que ainda assim sobreviveu, mas viu aproximar-se, e muito, Amaro Antunes e Frederico Figueiredo, que se estreou a vencer uma etapa na Volta.

Foi uma tirada de nervos entre Belmonte e Guarda (181,6 quilómetros). A equipa azul, comandada por Nuno Ribeiro, e os homens de equipamento amarelo fluorescente estavam decididos a ter representantes na frente, com a formação de Tavira, do Camisola Amarela Santander, a ter de trabalhar arduamente, desde o primeiro quilómetro, para tentar anular esta pretensão. Só depois dos 30 quilómetros as tentativas resultaram com Ricardo Mestre, Daniel Mestre e Ricardo Vilela (W52-FC Porto), Rafael Reis e Javier Moreno (Efapel) e Roniel Campos (Louletano-Loulé Concelho) a ficarem na frente. Durante grande parte da etapa, os três homens de azul tiveram de assumir todas as despesas de trabalho na fuga, com Rafael Reis a aproveitar para ganhar as metas volantes e a aproximar-se de Luís Gomes (Kelly/Simoldes/UDO) na luta pela Camisola Verde dos pontos Rubis Gás.

No entanto, lá atrás havia muita ação. Ainda nem tinha sido dada a partida real e Gustavo Veloso sofreu uma queda que o deixou maltratado. Ainda assim, muito trabalhou o veterano espanhol para ajudar o amigo e companheiro de equipa, Marque. Enquanto uns tentavam formar uma fuga, o pelotão fragmentou-se. Ficaram dois grandes grupos, com o segundo a atrasar-se irremediavelmente.  Mais de metade do pelotão chegou à meta com atraso superior a 30 minutos.

Ritmo elevado

Com W52-FC Porto e Efapel na frente, a Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel assumiu sozinha a perseguição e nunca deu muito mais de um minuto de vantagem. A situação prolongou-se até às três subidas finais, dentro dos últimos 40 quilómetros: Videmonte (segunda categoria) e duas na Guarda (ambas de terceira), a derradeira a coincidir com a meta.

Amaro Antunes (W52-FC Porto) e Frederico Figueiredo (Efapel) deram o salto para a frente e acabaram por ficar sozinhos. Foi o assalto à amarela com a vitória de etapa em mente. Antunes – vencedor da Volta a Portugal Edição Especial 2020 – trabalhou sozinho. Figueiredo – terceiro no ano passado – explorou a roda do adversário, mas passou em primeiro nos prémios de montanha e no último folego, antes do risco de meta, tratou de assumir a frente e ganhar a etapa, a terceira para a Efapel nesta Volta.

“Foi uma etapa que sabíamos que ia ser muito dura. Andou sempre muito rápida. A W52-FC Porto também trabalhou para que fosse sempre num grande ritmo. Tínhamos a ideia de atacar na subida de Videmonte. Sabíamos que poderíamos fazer a diferença porque o terreno é sempre de sobe e desce até à chegada”, contou Figueiredo, juntando-lhe a explicação sobre os objetivos distintos que ele e Amaro Antunes tinham na chegada à Guarda.“Cada um tinha o seu objetivo. Eu queria encurtar tempo, ele queria vestir a camisola amarela e ficou perto disso, mas ainda há muita Volta a Portugal”.

No grupo perseguidor, apenas Alejandro Marque e Veloso da equipa algarvia sobraram para trabalhar com cerca de 50 quilómetros para a meta da Volta a Portugal na Guarda. Marque ainda apanhou um susto quando sofreu uma avaria mecânica na bicicleta. A Movistar deu uma ajuda já na parte final. Alejandro Marque sobreviveu e continua com a Camisola Amarela Santander, mas apenas com cinco segundos a separá-lo de Amaro Antunes e 25 de Figueiredo. No início do dia as diferenças eram de 1, 26 minutos e 1,46, respetivamente.
Se Marque continua de amarelo, já Amaro Antunes ficou com a Camisola das Bolinhas Continente, a camisola da Montanha que também pertencia ao espanhol.

Entre os mais jovens, o porto riquenho Abner González (Movistar) continua a ser o melhor classificado e a envergar a Camisola da Juventude Jogos Santa Casa. A Efapel não larga a liderança por equipas.

Duas baixas no pelotão

Apesar dos cuidados da organização e das equipas participantes, e seguindo um plano sanitário rigoroso que cumpre todas as orientações da Direção Geral da Saúde, a pandemia continua a ser uma realidade e este domingo a organização identificou mais um caso suspeito de Covid 19 no pelotão. De imediato foi posto em prática o protocolo previsto para estas situações e dois elementos da equipa espanhola Kern Pharma abandonaram a prova, o atleta em causa e o companheiro de equipa que com ele partilhava quarto.

Também entre a organização houve três casos suspeitos, tendo estes e o grupo de trabalho que integravam sido afastados do evento.

aNOTÍCIA.pt