Neve na Serra da Estrela, ‘neve’ na planície com as flores brancas das amendoeiras em flor

Na Cova da Beira, onde a beleza se afirma na sua plenitude máxima e o termo amendoeiras em flor tilinta como um ornamento na paisagem

amendoeiras em flor
Neve na Serra da Estrela, ‘neve’ na planície com as flores brancas das amendoeiras em flor - ©Nuno Adriano

Neve na Serra da Estrela, ‘neve’ na planície com as flores brancas das amendoeiras em flor.

Os quilómetros pareceram metros, tal a rapidez com que foram ultrapassados. É assim a nossa perspetiva humana, visto que queríamos chegar instantaneamente ao nosso destino. E que destino, onde a beleza se afirma na sua plenitude máxima e onde se prometeu um serão marcante em plena Cova da Beira.

O exotismo.

O termo amendoeiras em flor tilintava como um ornamento na paisagem. Chegados ao nosso destino, aqui não houve tédio, não existiram pensamentos impacientes pois o sentimento de calma foi um apogeu. O mais difícil era não desviar o olhar do nevão de flores brancas, imaculadas, estagnadas ao ponto que o mais sensato foi estacionar o automóvel e sairmos de imediato para terreno. Um pequeno passo para nós, um grande passo para nossa alma.

Surpreendidos.

De facto, esperar por este momento ao longo do ano foi mesmo uma prece para os nossos convidados. Nós prometemos que surpreender era sempre a nossa premissa, uma obrigação do nosso trabalho. De sorriso do tamanho daqui à Lua, caminhar neste Ártico branco e imaculado, tocar na leveza e seda destas flores e cheirar um odor que conquista qualquer olfato, mesmo o mais sensível, foi a experiência que preencheu cada milímetro das expectativas, das emoções e das sensações que cada um procuravam.

Nunca nos fartamos.

Embora em pleno campo e num grande espaço, as saídas de emergência não estavam operacionais. Isso não funciona nesta planície ofuscada de flores, quando, obviamente, o nosso ímpeto é de continuarmos ali por tempo indeterminado. De forma firme e hirta, imiscuímo-nos com esta paisagem imaculada que traduziu paz, algo que nos tempos de hoje subiu amplamente de cotação. A título pessoal, posso afirmar que ‘nunca nos fartamos do que é indescritível’.

Certeza de regressar.

Mas o tempo é imparável, mesmo que tenhamos aquele ímpeto de o controlar e parar. Tudo tem um fim anunciado e assim foi. O que doeu mais? Foi o voltar costas, dizer adeus a esta paisagem e a quem nos acompanhou nesta viagem. Mas o melhor é encontrar no nosso íntimo, o contentamento da certeza inequívoca que vamos regressar. Disso não tenhamos as mínimas dúvidas.

Nota importante: Em alguns dos locais mencionados aconselha-se a visita com acompanhamento de guia.

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