Amadora Jazz 2023 traz John Scofield, Ricardo Toscano e Luke Stewart, entre outros

A 11ª. edição do Festival Amadora Jazz, traz a Portugal John Scofield e mostra novo disco de Maria João & Carlos Bica

Amadora Jazz
Amadora Jazz 2023 traz John Scofield, Ricardo Toscano e Luke Stewart, entre outros - ®DR

O Festival Amadora Jazz, que regressa em maio para a sua 11ª edição, de 11 a 14 de maio, traz a Portugal John Scofield e apresenta o novíssimo trabalho discográfico do Quarteto encabeçado por Maria João e Carlos Bica. O festival irá decorrer entre o Recreios da Amadora, o Cineteatro D. João V e o Auditório de Alfornelos.

Em 2023, o Amadora Jazz confirma o seu papel importante na vida cultural do Município da Amadora, que volta a apostar num cartaz capaz de colocar a cidade no calendário dos principais acontecimentos jazzísticos em território nacional, sintetizando na perfeição o caminho até agora percorrido. O Festival é organizado pela Câmara Municipal da Amadora, tendo como parceiro de programação a associação Jazz ao Centro Clube.

Segundo a Câmara Municipal da Amadora, “o Amadora Jazz é um evento que tem contado com “figuras cimeiras do jazz nacional e internacional”. Nesta edição estarão presentes projetos sonantes, dirigidos aos mais diversos públicos, apostando mais uma vez na diversificação da oferta e na qualidade das propostas apresentadas, procurando em simultâneo fidelizar públicos reforçando a aposta no universo jazzístico.”

Para José Miguel, director da JACC, “em 2023, a estreia do notável guitarrista John Scofield a solo, em território nacional e a apresentação, em primeira mão, do novíssimo trabalho discográfico do Quarteto encabeçado por Maria João e Carlos Bica merecem um óbvio destaque, as restantes propostas apontam caminhos do presente e do futuro desta música, com a apresentação do trabalho de estreia da guitarrista Eugénia Contente, a confirmação do talento do saxofonista Ricardo Toscano, o brilhante “Silt Trio” de Luke Stewart (de que faz parte o superlativo baterista Chad Taylor) e a presença inevitável da GeraJazz.”

Destaques:

Ricardo Toscano saxofone alto

Romeu Tristão contrabaixo

João Lopes Pereira bateria

No jazz, cada músico deve ser profundamente pessoal e ao mesmo tempo vitalmente coletivo. Por essa razão, um trio de saxofone, contrabaixo e bateria é uma máquina tão exigente quanto fascinante.

O saxofonista Ricardo Toscano notabilizou-se muito novo pela forma fascinante de tocar. Parecia demasiado jovem para tanta destreza e segurança e rapidamente integrou na cena jazzística nacional, passando a ser requisitado nos mais diferentes contextos (dentro e fora do jazz, como por exemplo com Camané).

O trio é um formato que Toscano explora tanto como o quarteto. Como os temas que escreveu para quatro não funcionam da mesma maneira com um a menos, resolveu explorar o espaço mais aberto que favorece um maior número de imprevistos. Assim, depois de ter encontrado um desígnio e um repertório diferentes, não é surpreendente que opte por gravar a três. Romeu Tristão no contrabaixo e João Lopes Pereira na bateria ajudam a produzir esta perspetiva inédita sobre o saxofonista (e compositor), mas também sobre si mesmos.

John Scofield 

John Scofield guitarra

A primeira gravação a solo de John Scofield surgiu, em meados do ano passado, com a chancela da ECM. O trabalho entrega-nos um resumo das influências e idiomas que o guitarrista cultivou ao longo da sua carreira. Reconhece-se a Scofield, para além da ligação ao jazz, o gosto pelo rock and roll e pela música country, predileção essa que aqui se revela na escolha de temas de Buddy Holly “Not Fade Away” e de Hank Williams “You Win Again”. Entre leituras elegantes e singulares de standards como “It Could Happen To you”, passando por tradicionais como “Danny Boy” até temas como “Coral”, de Keith Jarret, Scofield oferece-nos também as suas próprias composições, algumas recentes e inéditas, outras já bem conhecidas de outros contextos. O próprio Scofield refere que, até muito recentemente, tinha “evitado tocar concertos a solo” não considerando a guitarra solo “como a plataforma ideal para a improvisação”. Apesar disso, confessa que “depois de tocar guitarra ao longo de 56 anos, estou finalmente interessado em atirar-me à coisa sozinho e explorar as possibilidades”.

Luke Stewart “Silt Trio” 

Luke Stewart contrabaixo

Brian Settles saxofone

Chad Taylor bateria

Considerado “um dos 25 artistas de jazz mais influentes da sua geração” pela DownBeat Magazine, Luke Stewart é um verdadeiro catalisador da cena de Washington D.C. e tem, nos últimos anos, estendido a sua influência bem mais além da capital do E.U.A. Para o observador casual da cena de Washignton, custa a acreditar que só exista apenas um Luke Stewart. Pois bem, é mesmo uma só e a mesma pessoa que encontramos em papéis tão distintos como baixista, saxofonista, produtor e dinamizador.

Em 2022, apresentou o seu trio, onde conta com Chad Taylor, notável baterista de Chicago,  e com o saxofonista Brian Settles (também ele de Washington D.C.).

No “Silt Trio”, encontramos um grupo em perfeita comunhão, tocando como quem conversa com amigos. Sem estarem presos por qualquer tipo de convenção ou formato, a música desenvolve-se com grande fluidez e todos respondem ao momento. Para Stewart, o que ouvimos em “The Bottom” (título do disco) é muito semelhante ao que o Silt Trio entrega ao vivo. A música escrita é complementada por improvisações, mas estas improvisações respondem e são informadas pelo que aconteceu antes. É uma viagem!

Eugénia Contente Trio 

Eugénia Contente guitarra

Gabriel Silva baixo elétrico

Luís Delgado bateria

Natural dos Açores, Eugénia Contente veio para Lisboa para estudar Arquitectura, mas a paixão pela música já habitava nela e, mal concluiu o curso, decidiu prosseguir o sonho.

Integrou projetos como Carla Prata, Matay, Malabá, Monaxi, Jacarés ou Safarah. Foi com este último que estreitou um forte vínculo com Gabriel Silva (baixo elétrico) e Luís Delgado (bateria).

Com Gabriel e Luís tomou forma o trio que agora se apresenta e que tem como características centrais o “balanço” e o sentido de humor.

Maria João & Carlos Bica Quarteto 

Carlos Bica contrabaixo

Maria João voz

João Farinha piano e teclados

Gonçalo Neto guitarra

Passados mais de 35 anos sobre os primeiros encontros, Maria João e Carlos Bica voltam a partilhar um projeto musical, desta feita com a cumplicidade de André Santos (guitarra) e João Farinha (piano e teclados), dois dos mais talentosos músicos de uma nova geração na cena portuguesa.
Os caminhos de João e Bica cruzaram-se muito cedo, tendo ficado esses encontros registados em trabalhos discográficos como os discos Conversa (1986) e Sol (1991).
O reencontro feliz acontece com temas escolhidos a dedo, rodados nos palcos ao longo dos últimos dois anos e agora reunidos em disco, com edição da JACC Records.

GeraJazz

O Gerajazz é, como o nome indica, um projeto dedicado ao jazz que nasceu no ano de 2010/2011 no seio da Orquestra Geração, que se inspira no Sistema de “Orquestras Infantiles e Juveniles” da Venezuela. Com direção artística do maestro e professor Eduardo Lála, o Gerajazz tem vindo a desenvolver um intenso trabalho de formação de jovens com vista à constituição de uma orquestra de jazz. Passando pela tradição popular afro-americana e pelo jazz modal de Herbie Hancock, bem como pelo swing e o funk soul de Jaco Pastorius e Nina Simone, ou pela bateria enraizada na tradição de Art Blakey, entre outras influências, o GeraJazz trabalha importantes temas do jazz internacional. Vários músicos de jazz têm colaborado com o Gerajazz ao longo destes anos, como Mário Laginha, Salvador Sobral, Ricardo Toscano, Mário Delgado, Filipe Melo, Carlos Martins, Pedro Segundo e Tomás Marques, entre outros, em diversos festivais, concertos e ações de formação.

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