Museu do Tesouro Real recebe a 2ª Bienal de Joalharia Contemporânea com duas exposições

Museu do Tesouro Real inaugura a 2ª Bienal de Joalharia Contemporânea de Lisboa com o contraste do passado e presente da joalharia e a consagração das Mulheres da Democracia

Bienal de Joalharia Contemporânea
Museu do Tesouro Real recebe a 2ª Bienal de Joalharia Contemporânea com duas exposições - ®DR

A PIN – Associação Portuguesa de Joalharia Contemporânea, junta-se às celebrações oficiais dos 50 anos do 25 de Abril lançando a segunda edição da Bienal Internacional de Joalharia Contemporânea de Lisboa, com o título “Madrugada” e com o tema central “Joias Políticas. Joias de Poder”. Com uma programação que vai reunir cerca de 150 artistas joalheiros e esperadas 15 mil pessoas, a Bienal inaugura o seu programa com um anfitrião único: o Museu do Tesouro Real será o palco de duas exposições surpreendentes que vão reunir o passado e presente da joalharia, tendo a celebração da democracia em denominador comum. O Prémio “Mulheres da Democracia” marca ainda um momento especial de homenagem ao abrigo desta parceria entre a PIN e o Museu do Tesouro Real.

Pela joalharia ter, desde sempre, uma ligação próxima com o poder e com a política, a 2ª Bienal Internacional de Joalharia Contemporânea de Lisboa vai celebrar os valores da democracia com a manifestação artística da arte joalheira. Com o título “Madrugada” – inspirado no poema de Sophia de Mello Breyner Andresen – a Bienal tem como tema central “Joias Políticas. Joias de Poder” e integra o programa oficial das celebrações dos 50 Anos do 25 de Abril.

Dono de espólio único que expõe, de forma permanente, grande parte dos antigos bens da antiga Casa Real portuguesa, o Museu do Tesouro Real será palco e anfitrião da première da Bienal. Com data de inauguração no dia 17 de abril de 2024 e estendendo-se até 30 de junho, o Museu do Tesouro Real será o guardião das Exposições “Tiaras Contemporâneas” e “Joias para a Democracia” duas mostras exploram diferentes formas de ligação das joias com o poder e consagram mulheres que se destacaram na luta pela democracia ou contra a ditadura em Portugal – e até no mundo.

Com a curadoria de Catarina Silva, na exposição Tiaras Contemporâneas antigos alunos do Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual e artistas convidados evocam em formas contemporâneas a tiara, uma peça de joalharia quase esquecida no século XXI, convidando ao diálogo com as joias clássicas que compõem o incrível espólio do Museu do Tesouro Real.  Com a participação de cerca de 40 artistas, a Exposição “Tiaras Contemporâneas” contará com o design expositivo de Mónica Taipina que evidenciará o contraste entre tiaras do presente e do passado da coroa portuguesa, numa verdadeira viagem no tempo.

A exposição Joias para a Democraciacontará com a participação de cerca de 60 artistas joalheiros que foram desafiados a criar uma joia em homenagem a mulheres que tiveram um papel relevante na transição para a democracia ou sofreram especialmente com a ditadura. Nesta mostra curada por Marta Costa Reis, Presidente da PIN, cada artista escolhe livremente uma mulher reconhecida ou anónima que marcou ou marca o ativismo na democracia. Além de mulheres portuguesas, serão também homenageadas algumas mulheres que, noutras geografias, defenderam, sofreram e lutaram pelos mesmos ideais.

Assumindo que a joia é, ainda nos nossos tempos, um objeto muito ligado ao feminino, a PIN e o Museu do Tesouro Real vão ainda promover o Prémio Mulheres da Democracia, em que um júri reconhecido composto por Adélio Gomes, Céline Abecassis-Moedas, Joana Vasconcelos, Mafalda Anjos e Mónica Balsemão, vai premiar as três melhores peças e interpretações das joias que fazem ode a mulheres cuja vida se inscreve também na história da democracia portuguesa e mundial. O apelo estético de cada peça, a sua ligação aos valores representados pela mulher homenageada e a qualidade geral do trabalho vão ditar as joias vencedoras.

Marta Costa Reis, Presidente da PIN e responsável pela curadoria geral e direção artística da Bienal assinala que “é nossa visão ligar o tema central de cada Bienal com a atualidade, fazendo convergir a arte com o momento presente. No ano em que se celebram os 50 anos da democracia em Portugal, queremos aprofundar o olhar sobre a joalharia artística e as suas relações com o poder e o político. Nos festejos da Revolução iremos certamente falar de muitos homens, dos capitães de Abril aos políticos que lideraram o regime, mas com estas exposições e Prémio, queremos salientar o papel das mulheres que, pelo seu próprio trabalho ou pelas funções que desempenharam a acompanhar os maridos em altos cargos, participaram na construção da democracia, sacrificando a sua vida pessoal, familiar ou profissional”

Nuno Vale, Diretor Executivo do Museu do Tesouro Real, realça que “A associação do Museu do Tesouro Real à 2ª Bienal de Joalharia contemporânea surge como um movimento natural, de um museu que se quer vivo, estabelecendo uma ponte entre o passado e o futuro da joalharia, enaltecendo com particular entusiasmo a qualidade da criação nacional. Aderimos de imediato a sermos anfitriões das exposições temáticas – “Tiaras Contemporâneas” e “Joias para a Democracia”, não só pela qualidade expositiva das mesmas, mas sobretudo pelo valor social e histórico-cultural da proposta expositiva. São duas exposições que vão, certamente, emocionar e deslumbrar os visitantes.”

Esperando cerca de 15 mil visitantes e participantes, a 2ª Bienal de Joalharia Contemporânea de Lisboa contará com uma programação de mais de 25 eventos, mostras, encontros de escolas, jewellery rooms, masterclasses e artists talks pela cidade e terá ainda como palcos centrais e parceiros o MUDE – Museu do Design e da Moda, Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, o Museu de Artes Decorativas – FRESS, bem como outras entidades em diversos pontos da cidade, como a Galeria Zé dos Bois, o Atelier Tereza Seabra e a Galeria Reverso.

Será possível conhecer peças de mais de 150 autores de cerca de 20 nacionalidades desvendando posições e propondo reflexões e comentários de índole política sobre os mais diversos temas, desde o questionar do sistema financeiro, à problematização dos temas raciais, da afirmação de direitos, da denúncia de abusos ou da eventual ironia sobre as nossas próprias sociedades, sempre em torno da joia como manifestação artística. 

Marta Costa Reis assinala ainda que “Iremos agora descobrir o que a joalharia contemporânea tem a dizer sobre o assunto. Será uma Bienal muito abrangente e próxima das pessoas, despertando múltiplos temas da sociedade e com impacto no nosso dia-a-dia.”

A 2ª Bienal conta com o apoio institucional do Ministério da Cultura, através da Direção-Geral das Artes e da Comissão das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, tendo ainda como parceiro principal o MUDE/Câmara Municipal de Lisboa, bem como o apoio da Associação Turismo de Lisboa.

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