Marcelo Rebelo de Sousa reuniu-se no CCB com os Chefes de Estado de países irmãos

Marcelo Rebelo de Sousa, reuniu-se no Centro Cultural de Belém, com os Chefes de Estado, cuja independência esteve ligada ao 25 de Abril

Marcelo Rebelo Sousa
Marcelo Rebelo de Sousa reuniu-se no CCB com os Chefes de Estado de países irmãos - ©Flavio Alberto

Na sessão comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril no Centro Cultural de Belém (CCB), esta quinta-feira, o Presidente da República, reuniu-se com os Presidentes dos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), que realçaram a importância da conciliação pós-colonial e com Marcelo Rebelo de Sousa a sublinhar a fraternidade entre os povos irmãos. Líderes dos PALOP destacaram ainda com “orgulho” o contributo dado para a revolução.

Num breve discurso, o Presidente da República português relembrou a importância do passado colonial na construção das “memórias e lições que nos hão-de guiar no futuro”. Deu vivas aos “povos irmãos que o 25 de Abril uniu” e deixou uma promessa de fraternidade perene: “Assim será sempre.”

Também João Lourenço, apelou à união e apontou desafios às ex-colónias: “O da consolidação da democracia, da diversificação e fortalecimento” económico.

Já o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, recordou o papel das antigas colónias para a revolução e louvou os “portugueses que a 25 de Abril puseram fim a um regime que subjugava os nossos povos”. Disse ainda que os povos português e moçambicano nunca estiveram em guerra, mas sim sob “um regime fascista”.

Para Carlos Vila Nova, Presidente São Tomé e Príncipe, Portugal pôs-se do lado certo da História, com o derrube da ditadura. “Marcou um momento crucial na história, não apenas para Portugal, mas também para as colónias portuguesas em África”.

Carlos Vila Nova salientou ainda que nesta data se comemora “um evento marcante que transcende e ressoa profundamente na consciência coletiva de muitas nações”.

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, manifestou o “orgulho” do povo guineense de ter dado “o contributo original” para a transformação histórica que culminou na Revolução de Abril, na descolonização, e na democracia nos PALOP, recordando que quando se deu o 25 de Abril, o “povo guineense em luta – dirigido pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) de Amílcar Cabral – já tinha proclamado unilateralmente a sua própria independência nacional, o seu próprio Estado” e este “evento histórico relevante” em 24 de Setembro de 1973, foi reconhecido “por uma larga maioria” dos membros da ONU.

Já o Presidente de Cabo Verde afirmou que a “manifesta incapacidade” dos governos em responder às exigências dos cidadãos conduz a fenômenos como o populismo nos países desenvolvidos e à tomada do poder pelos militares nos estados pobres. “No dealbar do século XXI, surgem sinais que despertam, naturalmente, muita preocupação. Há um sentimento de que a democracia está a ser carcomida, assiste-se a um recuo efetivo e a fortes ameaças”, disse José Maria Neves em discurso em Lisboa.

Vindo de Timor-Leste, José Ramos-Horta, considerou que Portugal soube reconhecer a derrota colonial e que a reconciliação com os países vencedores aconteceu rápida, imediata e naturalmente. “Os portugueses souberam reagir às mudanças sem ódio nem vinganças, sem fuzilamentos, sem guerra civil, aceitaram as independências e lutaram connosco pelo longínquo Timor”, disse Ramos-Horta durante a sua intervenção, em Lisboa.

Na presença do ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que também marcou presença no CCB, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que “a pátria irmã do Portugal” foi a primeira a tornar-se independente de Portugal, em 1822, no “início do fim do império”.

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