Ceia Quatrocentista levou participantes até 1450

O “Munda Lusófono – Encontro Literário de Montemor-o-Velho” esteve de regresso este sábado (26), para mais uma edição de celebração da literatura e da lusofonia, tendo sido composto por dois momentos distintos: a tradicional tertúlia literária e a recriação de uma ceia quatrocentista.

Montemor-o-Velho
Ceia Quatrocentista levou participantes até 1450 - ®DR

 

A tertúlia, foi o primeiro momento da edição de 2019 do Munda Lusófono, dando destaque ao romance histórico e, por isso, os participantes tiveram uma experiência mais imersiva e emocionante. O espaço de debate e partilha escolhido foi o Convento de Nossa Senhora dos Anjos, tendo tido moderação de Susana Freitas (editora – Portugal) e animação musical a cargo da Seniormor – Universidade Sénior de Montemor-o-Velho. Participaram Maria João Lopo de Carvalho (escritora – Portugal), Emílio Miranda (escritor – Angola), António Conceição (pintor – Cabo Verde) e Lourenço Proença de Moura (escritor – Portugal).

“Senhores, bem sabeis quanto prezo o bom conselho que é tido e ouvido em boa ordenança. Por isso me parece, senhores, haver nesta ceia homens de todos os estados desta terra, para me aconselharem”. Foi assim que a mui nobre senhora D. Isabel de Urgel, Duquesa de Coimbra, Senhora de Montemor-o-Velho e viúva do Infante D. Pedro, na companhia da sua mui casta filha Infanta D. Catarina, nos claustros do Convento de Nossa Senhora dos Anjos, em Montemor-o-Velho, deu por aberta a ceia e convidou as dezenas de convivas para um animado serão, a 26 de outubro do ano de 1450.

A Ceia Quatrocentista, o segundo momento da iniciativa “Munda Lusófono – Encontro Literário de Montemor-o-Velho”, começou com trovas lusófonas, seguida de uma visita guiada à Igreja e de uma cavalgada pelos arrabaldes, nas charretes do Centro Equestre de Montemor-o-Velho, levando os participantes numa surpreendente viagem no tempo, repleta de animação e surpresas.

O presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, acompanhado do vice-presidente, José Veríssimo, deu as boas-vindas aos participantes e sublinhou: “Este evento está muito original e é muito bonito. A iniciativa tem que se repetir para o ano e vamos, certamente, estar perante a reconstituição de uma animada ceia quatrocentista que se pretende que seja um grande momento cultural e de celebração do património”.

No momento, o edil montemorense deixou um agradecimento “a todos os participantes”, expressou orgulho pela organização do evento, que teve o seu aval e do executivo, todavia, deixou um reconhecimento “às pessoas que compõem a Unidade de Cultura da Câmara Municipal”, uma vez que “foi um evento que foi idealizado e preparado por eles”.

Após o chamamento dos convivas, foi tempo dos participantes envergarem as indumentárias per ofícios de boca. Depois seguiu-se o mui apetitoso repasto com cousas de comer e de beber. Durante o serão houve ainda mui aparatoso folguedo per o deslumbramento de todollos com a aparição de personagens de insigne origem, de dúbia proveniência e de feição jocosa.

O folguedo decorreu sem incidentes e não houve registo de que convidado algum tenha colocado no prato do vezinho partes desagradáveis ou já mastigadas sem lhe demandar permiçam ou que tivesse metido a cabeça no prato pera comer.

A reconstituição da Ceia Quatrocentista foi organizada pela Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, contou com o apoio da paróquia da Montemor-o-Velho e as parcerias do Centro Equestre de Montemor-o-Velho, do CITEC – Centro de Iniciação Esther de Carvalho, do Clube União Musical Recreativo Gatoense (CUMRG), do GCAP – Grupo Cénico e Amador da Portela e da Associação Cultural Desportiva e Recreativa de (ACDR) de Meãs do Campo.

Durante a iniciativa, os momentos de animação ficaram a cargo da Companhia de Teatro e Recriação Histórica Bombarda, do CITEC, do CUMRG e do GCAP.

 

 

Fonte: CMMOV