O evento que se assume como um dos mais importantes do mundo dedicado a corridas de clássicos é uma oportunidade para os adeptos poderem ver as máquinas que fizeram a história do automobilismo internacional e, este ano, os fãs voltam a ter a oportunidade de ver alguns carros que marcaram indelevelmente as páginas do desporto automóvel.
Dos carros que carros que fizeram história, cabe a Steve Brooks levar até ao Autódromo do Estoril um Lotus 91 ornamentado com as cores icónicas da John Player Special, carro que competiu no Campeonato do Mundo de Fórmula 1 de 1982 pelas mãos de Elio de Angelis e de Nigel Mansell, tendo Roberto Moreno e Geoff Lees substituído o inglês nos Grandes Prémios da Holanda e da França, respectivamente.
O italiano conquistou o triunfo no Grande Prémio da Áustria, ao passo que o Campeão Mundial 1 de 1992 conquistou um terceiro lugar, o seu segundo pódio na Fórmula 1, na estreia do monolugar inglês, que se efectuou em Jacarépagua, Brasil.
Depois de anos de falta de competitividade, o seu último título datava de 1978, a Lotus procurava o caminho dos bons resultados e Colin Chapman, ao invés de procurar uma ideia radical, como era seu timbre, concentrou-se em olhar à sua volta para encontrar as melhores soluções para o seu monolugar.
Assim, seguiu o caminho da McLaren e concebeu um chassis feito em fibra de carbono e kevlar, bebendo ainda inspiração na Brabham para equipar o seu carro com travões de carbono. Com a sua morte no final do ano, devido a ataque cardíaco, o monolugar de 1982 seria a sua última criação que Chapman veria competir.
Equipado com o tradicional V8 Cosworth DFV normalmente aspirado, quando os motores turbo começavam a ganhar hegemonia, o Lotus 91 deu um impulso competitivo à equipa, não sendo ainda assim uma resposta eficaz ao Williams e ao McLaren, que eram motorizados pelo mesmo propulsor.
O chassis que Steve Brooks leva ao Estoril Classics, em destaque no cartaz oficial do evento, foi pilotado por Nigel Mansell e Elio de Angelis, pilotos que têm algumas ligações ao Autódromo do Estoril.
O piloto inglês conquistou o triunfo na edição de 1986 do Grande Prémio de Portugal aos comandos de um Williams FW11 Honda. Mas Mansell marcou a história da prova portuguesa por outros motivos, nem sempre positivos.
Em 1989, ‘Il Leone’, ao serviço da Ferrari, falhou a boxe da equipa quando ia trocar de pneus e para perder o mínimo tempo possível engrenou a marcha-atrás na via das boxes, o que era proibido. Foi decidido mostrar-lhe a bandeira preta, o que significa a desclassificação, mas Mansell continuou a prova, alegando mais tarde que, devido ao sol estar muito baixo, não conseguia ver a indicação do director de prova.
O resultado foi um toque com Ayrton Senna, que o tentou ultrapassar na Curva 1, acabando os dois por abandonar na gravilha. Foi um episódio marcante, que contribuiu para folclore do automobilismo mundial e para elevar o Autódromo do Estoril a palco marcante na história da Fórmula 1.
Elio de Angelis participou apenas em duas edições do Grande Prémio de Portugal, uma vez ter perdido a vida em meados 1986, num teste em Paul Ricard. O piloto italiano disputou ambas as provas lusas aos comandos de um Lotus, tendo em 1984 visto a bandeira de xadrez no quinto posto e a de 1985, vencida por Ayrton Senna, o seu colega de equipa, no quarto.
O Estoril Classics é a oportunidade para todos os adeptos verem de perto um dos carros que fizeram história, neste caso da Lotus, para além de ostentar linhas que lhe conferem uma beleza consensual, e que permitiu a duas personagens do Grande Prémio de Portugal conquistarem resultados de relevo.
Como tem sido habitual, os bilhetes podem ser adquiridos através do website oficial do Estoril Classics, e também fisicamente na FNAC, Worten, El Corte Inglês e CTT Correios, sendo que, como é do conhecimento público, o número de ingressos está limitado ao espaço físico do paddock do Autódromo do Estoril.