Gisela João brilhou, no LUX, na apresentação do seu novo trabalho


“Nua” é o segundo álbum de Gisela João, apresentado ontem no Lux.

Mais uma vez contrariando a tradição, Gisela João, escolhe o Lux para nos dar a conhecer o seu novo “xuxuzinho” com gosta de chamar a este seu novo trabalho.  

Com ar de menina/mulher, cintilante num bonito vestido curto, provando assim que o fado, não precisa de vestido e xaile preto para ser cantado com sentimento, logo encantou todos aqueles que se atreveram a ir a uma discoteca para ouvir cantar o fado, embora alguns já fossem repetentes, uma vez que Gisela João já tinha escolhido o Lux, para apresentação do seu primeiro álbum.

“Fado para esta noite” foi o mote para um desfile de bonitos poemas, tais como “Há palavras que nos beijam” de Alexandre O’Neil, “Naufrágio”  de Cecilia Meireles, “Labirinto ou não foi nada” de David Mourão-Ferreira ou sambas transformados em fado como “ As Rosas não falam” de Cartola. Ouvimos ainda “Noite de São João” escrito por Capicua e  “Sr.Extraterreste” escrito por Carlos Paião para Amália Rodrigues.

Quebrando todos os protocolos, Gisela João não aguentou muito tempo os bonitos sapatos cor de salmão, tendo atuado uma boa parte de espetáculo descalça, optando depois por calçar sapatilhas.

Entre o publico, estavam algumas das vozes emblemáticas do fado, como Camané ou Maria da Fé, que como nos confidenciou, acompanha muito atentamente a carreira da “menina que começou a dar os primeiros passos no fado, na minha casa (o Sr. Vinho)”, mas também muitas caras conhecidas, ligadas a outras artes.

A menina que veio de Barcelos para mostrar a sua força e vencer na capital, foi acompanhada por Ricardo Parreira na guitarra portuguesa, Francisco Gaspar ,na viola baixo e Nelson Aleixo na viola de fado.

A noite acabou com os temas “ Llorona” e “Bailarico Saloio”, num ambiente de festa e de grande cumplicidade entre a artista e o publico, que mostrou pouca vontade em abandonar a sala.

Gisela João, neste seu novo trabalho evidencia uma evolução positiva e, mais uma vez, demonstrou que o fado pode ser cantado, ouvido e dançado em qualquer lado …. mesmo que desconfortavelmente, na pista de dança de uma discoteca!