À descoberta do território raiano na Beira Baixa

Fomos à aventura pelo território raiano na Beira Baixa, uma região de grande diversidade e riqueza paisagística, patrimonial e cultural

território raiano na Beira Baixa
À descoberta do território raiano na Beira Baixa - ©Armando Saldanha (Aldrabiscas)

Ir à aventura pelo território raiano na Beira Baixa, é descobrir uma região possuidora de grande diversidade e riqueza paisagística, patrimonial e cultural, dispondo de abundantes recursos hídricos e cinegéticos.

Nas imediações da imponente Barragem Marechal Carmona, apenas a 8 km de Idanha-a-Nova encontramos o Parque de Campismo Municipal de Idanha-a-Nova. Inserido numa paisagem deslumbrante, este magnifico espaço, devido à sua localização estratégica permite a prática de inúmeras atividades desportivas ou recreativas, dentro ou fora do parque.

Este moderno e bem equipado Parque de Campismo tem capacidade para 2000 pessoas e oferece diversas comodidades, o que o torna o local ideal para a confraternização de grandes grupos, mas também para desfrutar de umas férias, em família, num ambiente tranquilo, no meio da natureza com todo o conforto.

Entre outras infraestruturas, o Parque de Campismo Municipal de Idanha-a-Nova, tem restaurante, bar, piscina, court de ténis, aluguer de bungalows, para além de aceitar animais de estimação.

Seguindo em direção â fronteira, passamos por Segura e Salvaterra do Extremo. Com o novo traçado das fronteiras com Espanha, Salvaterra do Extremo teve também uma fortificação que se confrontava em linha de vista com o castelo de Peñafiel encastrado no monte do outro lado. A fronteira é o rio Erges que passa no vale.

Nos últimos anos, a passagem entre os dois lados da fronteira ficou facilitada com a construção de um açude no rio Erges. O Erges que antes era disputado como fronteira tem agora uma bonita praia, que resultou da junção das sinergias das duas freguesias, permitindo assim criar um espaço agradável, com estruturas de apoio nos dois lados da fronteira.

Atravessamos a fronteira e a poucos quilómetros, encontramos o Tejo internacional. No ancoradouro espera-nos um dos barcos da empresa Barco del Tajo que faz passeios nesta zona que junta Espanha e Portugal através do rio Tejo e seus afluentes, todos no parque natural internacional do Tajo. Este passeio leva-nos por entre os penhascos Canchos de Ramiro, uma paisagem natural de beleza indiscutível que é abrigo para muitas espécies de aves, que aí encontram as condições ambientais ideais, configurando-se ainda como refúgio de espécies ameaçadas das florestas mediterrânicas.

A ZEPA Canchos de Ramiro e Ladronera é uma área protegida de 23.119 hectares que se estende desde a Serra do Arco, englobando a Serra de Caballos, de la Garrapata, de la Solana e Ladronera, chegando quase até à fronteira com Portugal a oeste da província e a sul da Serra de Gata. Todos elas formam um importante corredor natural que atravessa Cáceres desde Villuercas, passando por Monfragüe, até chegar a Portugal.

Após o passeio que nos encantou e descontraiu, rumamos a Cáceres. Pelo caminho parámos em Marchagaz, para visitar um lagar antigo, movido a água ainda a funcionar.  A Olesetin, é uma pequena empresa familiar que decidiu não abrir mão das suas raízes e valorizar o que os pais e avós lhes transmitiram. “Entendemos o nosso olival como parte da natureza viva e assumimos a responsabilidade de cuidar dele, valorizá-lo, torná-lo sustentável, partilhá-lo e poder transmiti-lo a outras gerações”, declara Luis Gonzalez, Ceo da empresa.

A Oleosetin, possui uma oleoteca em Cáceres, que também visitamos, quando nos ‘perdemos’ pelas ruas e ruelas do centro histórico da cidade conhecida pela “Vila dos mil e um brasões”, e declarada Património da Humanidade.

Caminhar pelas suas estreitas ruas de pedra é como viajar a outra época. O seu conjunto arquitetónico atual possui palácios renascentistas e igrejas coroadas com ninhos de cegonha erguidos entre os séculos XIV e XVIII.

O dia já tinha dado lugar a uma noite tépida, típica da Extremadura. A Plaza Mayor e o centro histórico, fervilhava. Esse é um dos programas noturnos favoritos dos espanhóis: salir de tapas. Se o convite for este, saiba que a ideia é ir a bares para comer petiscos, tomar uma bebida (tomar una caña) e jogar conversa fora.

Vale a pena e há a oportunidade de provar alguns dos petiscos típicos da culinária espanhola, como a tortilla, jamón, patatas bravas, calamares, mejillones e muito mais.

Pernoitamos no Gran Hotel D. Manuel, um hotel de construção moderna, mas que partilha a história e o espaço do antigo colégio de Santo António de Pádua, centro emblemático da cidade de Cáceres.

O dia seguinte ia ser igualmente longo, pois o tempo é sempre pouco, para tanto que se nos oferece ver neste território raiano na Beira Baixa e Extremadura espanhola mas, essas descobertas deixaremos para uma outra oportunidade.

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