Dezasseis casais oriundos dos bairros populares de Lisboa, contraíram matrimónio nos Casamentos de Santo António, numa cerimónia civil que se realizou nos Paços do Concelho, a que se seguiu a cerimónia religiosa na Sé de Lisboa. Também quatro casais, que se uniram em 1972, celebraram ontem as bodas de ouro (50 anos de casamento).
O evento aconteceu pela primeira vez em 1958, na igreja de Santo António, em Lisboa, altura em que se uniram 26 casais. O objetivo da iniciativa, patrocinada então pelo jornal Diário Popular, era possibilitar o casamento a casais com maiores dificuldades financeiras.
Este ano, foram 11 os casais que se casaram na cerimónia religiosa e cinco pelo civil, num processo que começou em fevereiro, com as candidaturas e prosseguiu depois, em março, com o processo de entrevistas para chegar aos 16 selecionados.
Ao longo dos anos ‘Os Casamentos de Santo António’ afirmaram-se como um dos momentos altos das Festas de Lisboa, trazendo à rua milhares de pessoas, atraindo turistas de todas as partes do mundo e captando a atenção mediática. E se no início os casamentos eram sobretudo procurados por aqueles que tinham menos recursos económicos, atualmente a diferença não é grande. Embora alguns candidatos já tenham formação superior, a difícil colocação e precárias contribuem para necessitarem de ajuda para organizar o casamento.
Santo António é popularmente conhecido como um santo casamenteiro, pois, segundo a lenda, era um excelente conciliador de casais.
Os dezasseis casais que ontem ‘deram o nó’ na tradicional cerimónia dos casamentos de Santo António, vão passar a lua-de-mel na ilha de São Jorge, reflexo de uma parceria estabelecida entre o governo dos Açores e a Câmara Municipal de Lisboa.
Os Casamentos de Santo António foram interrompidos em 1974 e retomados em 1997, sob a égide da Câmara Municipal de Lisboa, que substituiu o jornal Diário Popular como o grande promotor deste evento. Desde 2019, passou para a alçada da EGEAC integrando-o definitivamente nas Festas de Lisboa.
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